Como andam as investigações do caso Atlas Quantum?

Feb 27, 2023

Já faz quase três anos que a Atlas Quantum, empresa do ramo de criptomoedas suspeita de movimentar um esquema de pirâmide, estampa matérias na mídia. Desde que bloqueou o saque de seus investidores em 2019, o empreendimento de Rodrigo Marques vem sendo alvo de processos e operações. Mas, afinal de contas, como andam as investigações do caso Atlas Quantum?

Desde que explodiu o escândalo envolvendo a Atlas Quantum, diversas ações foram tomadas contra e a favor da empresa. A empresa, que investia pesado em marketing com famosos para captar cada vez mais investidores, recebeu um stop order da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após supostas irregularidades e acabou ruindo. 

No entanto, o processo de “quebra” da empresa não foi tranquilo. Após ter bloqueado o saque de seus clientes, a Atlas Quantum sumiu com cerca de 15 mil Bitcoins, o que corresponde a mais ou menos 2,8 bilhões de reais, deixando centenas de investidores prejudicados e de mãos abanando. 

No início, os processos movidos foram individuais, tendo como autores os clientes lesados pela empresa. No entanto, depois de um tempo a Justiça se viu obrigada a entrar na jogada. Acontece que os danos eram tão graves que o caso da Atlas Quantum foi levado para a esfera federal - e é onde se desenrola atualmente.

Polícia Federal já retomou as investigações do caso Atlas Quantum 

Em abril de 2022, a Polícia Federal finalmente retomou as investigações sobre o caso Atlas Quantum, após anos de polêmicas envolvendo a empresa. O processo voltou a ser trabalhado depois que foram resolvidos empasses entre as autoridades de nível estadual e federal sobre o assunto. 

O Ministério Público Federal (MPF) já solicitou à 10ª Vara Criminal da Subseção de Justiça de São Paulo os autos referentes ao inquérito policial que trata do caso da Atlas Quantum. Nele, consta a ocorrência registrada por um dos muitos investidores que acabou sendo extremamente prejudicado pela empresa. 

Além disso, o MPF também solicitou um documento que informasse o nome de todas as pessoas prejudicadas pela Atlas Quantum e os valores investidos, que constam nos autos. Não apenas isso, a autoridade também quer a quebra do sigilo bancário das empresas para que possam realizar o rastreamento dos valores movidos. 

Quem está à frente do caso é o delegado federal Érico Marques de Mello. Desde maio de 2022, quando veio a público que a Polícia Federal havia retomado as rédeas do caso, não se tem mais notícias concretas do andamento das investigações contra a empresa de Rodrigo Marques, o qual foi visto por último, inclusive, em uma mansão na Espanha. 

Notícia Crime fala sobre desvio de 4 bilhões de reais 

Até o momento, as últimas notícias sobre o caso Atlas Quantum falam sobre cerca de 2,8 bilhões de reais em danos causados contra os investidores. No entanto, uma notícia crime assinada por advogados e enviada à Justiça recentemente alega que valores ainda mais expressivos supostamente teriam sido “desviados” pela empresa. 

“Estima-se que Rodrigo Marques dos Santos [o dono da empresa] teria vertido para sua esfera de disponibilidade a expressiva quantia de R$ 4.000.000.000,00. Não há justificativa plausível ou que possa convencer ter a vultosa quantia desaparecido dos cofres ou das contas mantidas sob a administração da Atlas Quantum”, destaca a notícia crime. 

O documento ainda relata fatos referentes à manifestação da Atlas Quantum sobre as polêmicas após bloqueio dos saques por investimentos. Nele, consta o posicionamento da empresa de que teria suspendido os saques em função da dificuldade de operar na exchange de Bitcoins, mas que ainda assim, meses depois, não devolveu os valores que haviam sido investidos em sua plataforma. 

“Não atendeu sequer as determinações judiciais que assentaram o dever da empresa em ressarcir os milhares de clientes. Cabe, ainda em registro, consignar a avalanche de ações judiciais que todos os dias vertem para o Poder Judiciário em todo o território nacional”, prossegue a notícia. 

No documento, os advogados defendem o argumento de que somente no estado de São Paulo teriam sido movidos mais de 700 processos contra a Atlas Quantum. Junto à prints de matérias sobre o caso e depoimentos, a notícia crime ainda destaca que o CEO da Atlas Quantum, Rodrigo Marques, deixou o país sem informar as autoridades.

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